Desceste os degraus vezes sem conta,
para uma praia abrigada pelo molhe,
do outro lado do rio.
Em frente,
a enorme extensão de areia
mais parecia a bancada principal
de um autódromo,
numa tarde colorida de Domingo.
Foi o vento sueste que trouxe
as correntes quentes para a praia.
Tu gostavas de mergulhar
e passavas muito tempo
dentro de água.
Depois, apanhavas conchinhas
na rebentação,
ou ficavas simplesmente de pé,
porque isso era bom.
Sentavas-te, já tarde,
na varanda de casa,
para contemplar a Lua
em Quarto Minguante.
Uma noite, pela auto-estrada fora,
levei-te ao Cabo mais ocidental,
junto ao grande farol,
pelo simples prazer
de viajar contigo.
Nem tempo houve para parar
e observar o céu tão estrelado,
tão maravilhosamente deslumbrante
e aceso.
Deste acaso por mim,
em todo esse tempo
de distracção?
Pois se nunca te levei flores
pela manhã,
nem perfumei o ar
à tua volta,
de lavanda,
ou alfazema fresca...
Oh, felicidade rara,
eu poder amar-te tão só,
e o tempo a escoar-se,
tão perto já
de se apagar,
para nós dois.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
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