domingo, 14 de setembro de 2014

Lembra-me.

Bando de gaivotas
a poisar no areal
deserto.

E tu.

Tu, sempre tu,
nesta boca
com que te amei,
mordida de paixão.

Com a tua mão
desenhei
o meu coração.

Rubro,
gelatinoso,
doce.

Um horizonte
de ardida
cegueira
em contra-luz.

E tu,
tão húmida,
tão extensa,
um nicho
nas minhas
pálpebras
molhadas.

Gaivotas frias
de sal,
os olhos foscos
de espuma.