Junho, 16.
António Nobre, com o Silva Pinto, e o habitual séquito de literatos incipientes, vieram jantar comigo no hotel. Durante as duas horas que durou a refeição, bem regada de Colares, e depois uma hora de café casado à aguardente de cana, o Silva Pinto não deixou falar ninguém. Debalde o António Nobre tentou, por várias vezes, dizer uns versos ( do poema " O regresso do moço Anrique " ) inspirados a noite passada pelo ruído do vento no claustro da " York House " ( House com h cada vez mais profundamente aspirado ). Nada conseguia cortar a palavra ao Silva Pinto ( ... )
A evocação deste vulto colossal ( Camilo ) açambarcou-me o espírito, e para nele poder pensar livremente desisti de levar o Nobre a casa de O ´Neill, desenvencilhei-me da trupe impertinente, e pus-me a deambular sozinho, pela noite fora. ( ... )
Id, Ibidem, pp183 e 184.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
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