Nem sei se é amor
o que tu sentes...
O amor enche na vazante,
descobre um filão
de quartzo frio
nos areais molhados
e risca-se na lixa
dos erros
e nos bagos
de uva.
Desenha e alisa
as pedras
e as conchas.
O amor é mais ainda,
indizível como
um segredo,
que ninguém
escutou,
nunca.
Mas não vai bem
com esses caracóis,
o abdómen preso,
a barba,
o desenho velho
de um perfil
já antigo.
Imagino que o amor
volteia sobre nuvens
e não vem...
Ficamos a olhar
o céu
e não,
não o vemos
nunca.
O amor não se vê,
nem se sabe.
E o que se sente?
Com esses caracóis, nunca.
É um vulto que
esconde os pés
cansados
e brancos,
nas sandálias...
Não está aí,
o amor,
não está
aí.
domingo, 13 de maio de 2012
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
"O amor não se vê"... mas devia!
ResponderEliminarGosto bastante.
Abraço.
Obrigado.
EliminarUm abraço.