Tristes são os campónios, coitados,
quando não sabem onde estão.
São tristes os faróis,
na solidão das barras,
que iluminam a noite
com a sua luz circular.
A pequena burguesia de Raul Brandão,
passeando pelas latadas e entre os milheirais.
As árvores destinadas a ser tristes,
como os resistentes ciprestes.
Os adolescentes convencidos
da sua importância,
que morrem de tédio quando ficam sós.
As pessoas que ganham o céu
se lhes falou uma mulher bonita,
uma mulher conhecida.
( Eu próprio, quando via
a Laura Alves no café... )
Tristes são as famílias insípidas
que vivem com uma filha já adulta,
para quem ninguém olha.
Os cães,
tristes por viver.
A chuva que cai
pela noite fora.
A doença,
que torna as pessoas tristes,
mesmo que não pareçam.
O tédio de tudo.
A arrogância solitária
que há nos passos apressados
de quem cruza a rua
de madrugada.
sábado, 13 de novembro de 2010
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Tristes são os meus gatos, que não entendem a maldade de alguns (des)humanos que lhes dão comida envenenada. Felicidade é ler poemas bem escritos como os teus! Abraço, meu caro!
ResponderEliminarSim...
EliminarUm abraço, amigo !