sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Solidão Urbana.

O silêncio imperativo da noite.
Mesmo se ao longe cintilem as luzes na estrada,
ou passem carros com os seus brilhos amarelos e vermelhos.

Ou no interior dourado dos salões
as mulheres disponham com zelo
os pratos sobre as toalhas de linho.

Nas tabernas, o silêncio.
Estalam depois os gritos de trolhas
que falam e gesticulam, bêbados.
E os velhos,
que sorriem escavacados...

Nem Maldoror sobreviveria a tamanha,
imperturbável confusão.

O mudo silêncio dos contadores de estórias,
dos sonhadores e dos alucinados.

Nem o prolongado eco estelar romperia o puro,
opaco, vazio do silêncio.
Nenhum rosto o transformaria.
Nem que batessem asas os pássaros
em debandada.

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