sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Infância.

O que deixei perdido
nos areais do Guincho,
em Setembro de sessenta e um?

Conchas, pedrinhas, ou algas sujas?

Um punhado de areia
lançado contra o vento
e o seu retorno, ferindo os olhos.

O voo lento das gaivotas,
ou o sabor seco na garganta
da água do mar?

Nada perdi nessas dunas
do Guincho, no fim do Verão
de sessenta e um.

Trago ainda comigo o aroma
dos pinhais
e a imensa solidão do mar.

A vontade de desvendar os mistérios
encerrados há séculos nas escuras
salas do Forte de S. Julião.

E a memória branca do amor,
ao atravessar a Praça do Comércio
no regresso a casa,
e que ainda sinto hoje,
por Portugal.

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