Há um espelho à entrada de casa.
A sua superfície lisa, limpa
e transparente.
No Porto de Luanda,
no cais do Niassa
à noite.
Torneiras abertas para o mar.
Essa paz envolveu-me
para sempre.
A solidão nocturna dos carros do lixo.
Os semáforos com laranja intermitente.
Os homens da Câmara que regam as ruas
de madrugada.
A noite sempre escura, sempre igual.
A triste vida de Lisboa.
E só hoje o escrever.
... e digas quando vens a Portugal.
Depois, tudo se dissipa
nessa nuvem furiosa...
Esta neblina perdida
das tardes de Outubro.
As colinas dos arredores
e os seus buxos e arbustos.
A linha do teu corpo
envolta no azul.
Eu não esqueci nunca
as palmeiras na praia
e a extensão branca da areia.
Não cheguei a adormecer.
Fui sempre
um outro.
domingo, 18 de outubro de 2009
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