sábado, 4 de dezembro de 2010

As Luzes.

As luzes contra a noite,
luzes dispersas e coloridas.

As pequenas luzinhas tracejadas
do avião invisível, que se lança
na pista e ao longe se ergue,
com um ruído forte de ventoinha.

As luzes ainda, luzes fracas
e tristes, na desértica zona industrial
a oeste da cidade.

Sei que os restaurantes da Baixa
se animam a esta hora, de luzes
feéricas, embutidas ou quebradas
por abat-jours alegres.

A luz, naquela janelinha
sem graça, pela noite fora.

As luzes apagadas
no bairro humilde.

As fitas de luzes da ponte alta
reflectidas na água escura do rio.

É uma luz calma,
a que me ilumina as páginas
deste livro que leio.

Por ela me deslumbro
e nem reparo na passagem
das horas.

Na escuridão, ouve-se o vulto
de outro avião que parte
para mais um voo internacional.

Só se vê a linha das suas
vigias acesas.

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