terça-feira, 7 de setembro de 2010

Setembro 2.

Há muito tempo que estou sozinho,
porque sim,
porque quero.

A empregada é para mim
uma dor-de-alma,
desarruma-me tudo,
recoloca depois como quer
e nunca como estava.

Mas regresso a casa
depois dela ter vindo
e reconforta-me o aroma a lavado,
a passado e limpo.

O gato envelheceu
e dorme cada vez mais,
por isso
já não estraga,
já não parte,
nem nada.

Sou cada vez mais eu,
nesta casa ampla,
neste Mundo só meu.

Aqui me desprendo
do passado,
da memória,
influências,
actividades
e sonhos.

É apenas Setembro
que entra pelas janelas.

A temperatura fresca,
os tons rosados,
a luz coada,
o silêncio.

É bom...

Setembro
dentro de mim,
dentro de casa.

Setembro
no sono do meu gato.

3 comentários:

  1. Belíssimo poema intimista! Senti-me dentro dessa casa, visualizando o dormir do felino e os sentires do poeta.

    Abraços!

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  2. Tenho acompanhado o seu blogue. Obrigado por ter aderido ao meu, também. Um abraço!

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  3. E setembro é também o mês das flores no Brasil e o mês de meu aniversário, rsss... bjs. Lindo e intimista poema.

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