O teu silêncio talvez seja
o ulular sombrio de aves
nocturnas,
ou a fluidez serena de gaivotas
que rasgam o vento,
não sei...
Sei que emudeci,
inquieto,
como se já não respirasse
nesta metrópole imensa,
e, desorientado,
não encontrasse o formigueiro,
a avenida circular, a praça,
o regresso.
Dei comigo a descer a falésia
e a correr para o mar.
Então sim, pude ouvi-lo,
a esse imenso oceano,
pensativo, teimoso,
rumuroso,
ruminante.
E soube que não sou feliz,
sem ter pronunciado
uma única palavra também.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
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