domingo, 30 de maio de 2010

Noite de Maio.

Tombam as noites frescas
pelas esplanadas,
e só se vislumbra, à volta,
o interior apagado
dos apartamentos
e as janelas esquecidas,
abertas de par em par.

As crianças correm
às escuras
e as mesas estão cheias
de travessas de caracóis
e ruidosos copos de cerveja.

Eu como um prego picante,
em silêncio.

E revivo a nostalgia
dos Verões de África,
que me aperta,
ainda hoje,
o meu coração solitário.

De resto, não gosto
deste desleixo,
destes corpos sujos
em chinelos de plástico.

Mas é assim a cidade,
nas esplanadas, à noite.

E a mim, apetece-me sair.

A noite dentro de casa
abafa e oprime.

2 comentários:

  1. Belo blog e belo poema, Ferreira. Obrigada pela visita em minha página. Visite meu blog http://poetisaeu.blogspot.com. Um abraço

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  2. Tenho muito gosto na sua apreciação. Sabe? Por vezes visito blogs distantes como são os seus. Hoje vivemos um Mundo global... Daqui de Lisboa um abraço grande e bem haja!

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