Diário.
21 de Setembro de 2009, viagem de Lisboa ao Porto, 9 da manhã.
" colchas, fatos, prata lavrada, tudo de Portugal... " ( p.34 )
Manhã de Sol em Setembro.
Atravesso o centro de Portugal pela A1, rumo ao Porto.
Junto ao Mondego, o meu pensamento está contigo: adoro-te.
Na Mealhada: aromas de pinheiro e eucalipto, a tua amizade sossega-me.
Despojado de tudo, és tu que me fantasias.
A minha maior aventura é amar-te, tão só.
12:45.
Um Porto doce, para o Porto de Abrigo que tu és
em mim.
Viagem do Porto para Lisboa, 17 horas.
" Mais cinco dias gastámos rio acima: dezasseis dias, em seguida, não vimos gente nem casa, apenas ao longe, lumes bruxuleantes. " ( p.100 )
Ao passar a Ponte sobre o Rio Ancor, extenso vale plantado de milheirais, uma autocaravana de matrícula alemã é ultrapassada por um jeep com um barco a reboque.
Tarde de Sol em Portugal, no último dia de Verão.
KM 156 da auto-estrada.
Renovam-se pinhais e matas de eucalipto.
Pombal Fashion e trânsito intenso.
O Sol bate-me de chapa no rosto.
" Levámos aquela noite ao vento e à chuva, gemendo e chorando, até que, um pouco antes do crepúsculo, se avistou no horizonte uma grande chama, direito à qual nos partimos como para abendiçoado farol. Era uma queimada de carvão, e os cinco homens que ali se ocupavam no trabalho deram-nos um cibo de arroz e água fervida, encaminhando-nos para um albergue que mais longe havia e onde eram gasalhados os peregrinos. " ( pp. 117 e 118 )
Cai agora a tarde.
O céu sanguíneo escondeu o Sol algures.
A vista abrange longes horizontes.
Os automóveis circulam de faróis médios acesos.
A charneca rodeia vinhedos e pomares e, mais adiante, destaca-se o depósito de água duma aldeia próxima.
A desvairada Peregrinação tornou a viagem mais saborosa, menos linear.
Tu estarás em casa,
provavelmente preparando o jantar.
O moderno equipamento de cozinha devolver-te-á uns minutos de descanso.
Vais então sentar-te num sofá da sala e, enquanto folheias uma revista, ligas a televisão pelo comando à distância.
A Oeste, o céu toma tons vulcânicos e, por todo o lado, a noite venceu já o lusco-fusco.
Em Alverca, um motard que conduz uma BMW branca vem todo vestido de couro cinzento.
Daqui a pouco irei telefonar-te.
Terei então chegado a Lisboa.
( Todas as citações são de Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, Adaptação de Aquilino Ribeiro, Colecção Clássicos da Humanidade, Sá da Costa Editora, 2008, Edição Expresso, Data Emissão 2009. )
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
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