Vês como eu vivo, na margem de tantos erros. Como eu vou de Charlie Brown a Fritz, The Cat, buscar a aparelhagem salva-vidas com que vogo, solitário, no mar-alto da existência que reinventei... para nada...
Para ficar, como quem fica só.
A tergiversar lugares comuns.
Erro Poético de quem leu Erro Próprio, de António Maria Lisboa e ficou na mesma:
para onde quer que me volte, não sou capaz de deixar de ouvir os Rolling Stones, de rever M., de Frtiz Lang, fumar Samson, comer hamburguers.
Enquanto podava arbustos e trepadeiras, no jardim de sua casa em Vila do Conde, a senhora gritava para dentro de casa:
- Toma um banho rápido, está a acabar o gás! Toma um banho rápido!
Árvores que são como cavalos, quando soltam as crinas no galope livre.
Estrelas, que são como praias serenas, quando o Sol se põe e a areia ainda cintila.
São bolas de fogo que a noite acende.
" Já tinha aceite que a vida não é senão uma coisa que se repete(...) A minha vida deixou por completo de me interessar. " ( Pedro Paixão, Vida de Adulto, Edições Cotovia, 6ª Edição, Dezembro de 1998 )
Há muito que não brincamos com esta luz.
Os aviões a levantar voo.
É muito cedo.
É muito cedo, é muito cedo.
Não me doi o pescoço. Não me doi o peso do estômago, dos órgãos que as costelas comprimem, na cavidade toráxica.
A tontura dispersa-nos.
A respiração contida: não sou capaz de abandonar-te.
I want you, but I don`t need you.
As torneiras de água quente abertas jorram fumegantes.
Água muito quente.
Um dia será assim: Nunca mais nenhum compromisso.
Instantaneamente.
Já hoje se dilatam os prazos, se adiam, por vezes, os contactos.
Em pura perda, a nossa relação.
Werther perdido.
Perdido, o coração de Werther.
E tu gostas, tu ainda queres mais.
Tu queres, tu mesma o disseste, já nem sabes como.
Hoje, são temporadas inteiras que não vos vejo, longos períodos de Tempo.
A preia-mar em silêncio.
No mar intenso esfumou-se a tua imagem.
Em todas as marés se apaga.
Um lindo postal, que guardo entre as páginas de um livro esquecido.
A imensa mansidão dos teus ombros.
E o pescoço.
Imensa mansidão, devagarinho.
Sou mesmo capaz de abandonar-te.
Há muito não brincamos com esta luz.
Divididos em sofás, no silêncio.
Imensa vastidão, os teus ombros e o pescoço.
S. Petersburgo não forma só sobre a neve outra ondulação de neve.
O sonho já se esfumou há muito.
E a neve apagou S. Petersburgo desse sonho.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
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O texto de Pedro Paixão da obra citada está na página 67.
ResponderEliminar" Dói ", em vez de " doi ", como ficou registado no post.
a data deve ser 1999 e não 1998
ResponderEliminarFritz Lang...
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