sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Famoso Caderno. À noite.

E os pulsos...
Os teus pulsos tão frágeis,
dobravam a noite, na alça
da mala abaulada.

Os ciclistas passavam,
linhas coloridas
e rápidas,
rasgavam a noite
com as suas vozes
gritadas,
incompreensíveis,
passavam o arco
em grande velocidade
e perdiam-se,
longe,
no escuro,
ao fundo...

Demoravam tanto a passar,
os ciclistas...

Eram tantos
os ciclistas...

E os teus pulsos
curvavam quebrados,
para que as mãos,
nervosas,
segurassem a alça
da mala de calfe escuro,
verde escuro.

Tu não sabias
que eu via,
atento
e distraído,
a largada dos ciclistas
e a sua demora,
eram tantos,
em atravessar o arco...

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