terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Que será, Que Será...

Pouso as mãos no tampo frio da mesa de vidro,
a janela aberta,
uma noite chuvosa que seria cinzenta
se fosse dia,
o cigarro aceso,
um copo de whiskey onde se
entrechocam duas pedras transparentes de gelo
de água mineral,

pouso as mãos, porque não devo
encostar a cabeça e sentir
o limite liso, polido e frio
do sentido que dou à minha vida,

pouso as mãos e só depois reparo,
tenho os dedos longos,
as mãos abertas,
as mãos quietas
na noite que sobe,
tão quieta
de mim.

Tenho a cabeça
tão cheia de tudo
e não penso,
para quê?

Está uma noite fria
e não pára de chover,
sequer.

Talvez este vagar
seja eu a tentar
pensar,
mas não sei,
não sei
se será.

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