domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Casa, Numa Tarde Chuvosa de Domingo.

Se esta minha casa fosse escura,
escura e triste,
agora fecharia ainda mais as portas,
cortaria a luz nos corredores,
para acender o candeeiro de abat-jour amarelo
e passar a tarde a ler.

Se esta minha casa tivesse
uma varanda aberta sobre a cidade,

como nesse prédio de Ruy Athouguia,
num brevíssimo décimo segundo andar,
onde morei há séculos e que
como todas as casas em que vivi
e foram imensas,

porque a casa onde moramos
é sempre um pouco de todas as outras,

eu agora recordo,

estaria então aberto à luz
e à introspecção
e passaria a tarde toda a ler,
Hemingway, Vila-Matas,
Piglia,
Cortázar.

2 comentários:

  1. " onde morei há séculos e que, " , acrescento a vírgula. Depois uno: " como todas as casas em que vivi/ e foram imensas,/ porque a casa onde moramos/ é sempre um pouco de todas as outras,/ (...)

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  2. Enfim, vou reescrever este post... Mas agora não me apetece...

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