sábado, 26 de junho de 2010

Diário. ( Boletim da Biblioteca da Escola Preparatória de Benedita, nº2, Fev/Maio, 1985.

OS PLANETAS INTERIORES...

Mercúrio.

Sabe bem viver.
Torna-se fácil ao tacto,
torna-se redondo e largo
e é verde como as folhas
das plantas à superfície.
É bom respirar.
É alegre e fresco,
é branco e faz vento.

Mas agora perscruta-se
a lenta rotação,
faíscas de pedras acesas
em Mercúrio
e o Sol anda perto.

Vénus.

A Primavera azul e verde sobe do pincel
de Boticelli, são insectos e são abelhas
e as flores fragilíssimas.
As mulheres não são
como o lotus.

Terra.

Conquista o fogo e a guerra
do Verão, um dia, Prometeu!
O mar é salgado, sob
as nuvens
desmedidas.

Marte.

Marte é grande e mais
frio do que a cidade de Moscovo.
Marte, nas sombras,
cobiça os mares da Terra,
acossado de meteoritos...

... E UM EXTERIOR.

Júpiter.

Para lá de Marte há o vazio
e há Júpiter.
Entre ambos vogam as pedras arrancadas
ao fogo e agora extintas,
agora que Júpiter fecha os olhos
e em névoas espessas se reconcilia.
Explodem lentamente nuvens
e chuvas torrenciais, dum fogo de
trovoada metálica, e todo o planeta
é de um fluido.

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