segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Para a Tôchim.

Amo as tempestades nocturnas
e o ribombar dos trovões.

( Nesse mar pouco chão,
de pouco me serviria
a carta de patrão... )

Amo as falésias,
o sal que se estilhaça
quando rebenta o mar.

Amo o sobrevoo
de helicópteros
sobre a pradaria.

A força das manadas
contra os curros.

O trote elegante
das éguas
na manhã serena.

O formigueiro sibilante
ao Sol de África.

Amo o silêncio
das nuvens altas,
estas nuvens negras
de chumbo.

E o som do chuveiro
de encontro
ao reposteiro.

Sair do banho
para a solidão
da casa.

Acender o candeeiro
da cozinha
e inundar-me
da luz de lama,
do sonho de argila,
a terracota fina
da tua memória
em mim.

Amo a mudez
do telemóvel,
outro dia ainda.

O chá de tília
antes de adormecer.

E a ti,
na brancura pura
doutro amanhecer,
eu amo-te ainda mais,
só a ti.

Sem comentários:

Enviar um comentário