EUGÉNIO DE ANDRADE, in CHUVA SOBRE O ROSTO, (Modo de Ler/Ed. Afrontamento, 2009)
ÚLTIMA CANÇÃO
Se puderes ainda
... ouve-me, rio de cristal, ave
matutina. ouve-me,
luminoso fio tecido pela neve,
esquivo e sempre adiado
aceno do paraíso.
Ouve-me, se puderes ainda,
Devastador desejo,
fulvo animal de alegria.
Se não és alucinação
ou miragem ou quimera, ouve-me
ainda: vem agora
e não na hora da nossa morte
- dá-me a beber a própria sede.
in, Quem lê Sophia de Mello Breyner Andresen.
ÚLTIMA CANÇÃO
Se puderes ainda
... ouve-me, rio de cristal, ave
matutina. ouve-me,
luminoso fio tecido pela neve,
esquivo e sempre adiado
aceno do paraíso.
Ouve-me, se puderes ainda,
Devastador desejo,
fulvo animal de alegria.
Se não és alucinação
ou miragem ou quimera, ouve-me
ainda: vem agora
e não na hora da nossa morte
- dá-me a beber a própria sede.
in, Quem lê Sophia de Mello Breyner Andresen.
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