Tivesse eu sabido, quando a vida era como um vento tépido e feliz,
Brando e ruidoso na aurora e na névoa brilhante do orvalho,
Que havia de chegar o tempo em que, suspirando, os corações diriam:
" Tivesse eu sabido... "
Nem sequer as rosas rindo ao beijarem-se,
Nem, ao sol, o mais encantador riso ondulante do mar,
Teriam vindo fascinar a minha alma para que neles reparasse.
Agora o vento é como uma alma desterrada a rezar inutilmente
As preces que não conseguimos ouvir se o coração lhes resiste,
Agora que a minha própria alma, à deriva e perdida como o vento, suspira:
" Tivesse eu sabido. "
A. C. Swinburne, Poemas, Tradução de Maria de Lourdes Guimarães, Relógio D´Água Editores, Lisboa, Outubro de 2006, p.163.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
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Belíssimo e de uma sensibilidade incrível!
ResponderEliminarBeijos Av3ssos,
Lígia
É um prazer imenso reler este seu comentário, Lígia Guerra. De facto, Swinburne foi notável como poeta e como pessoa.
EliminarGrato pelo seu lindíssimo blogue, cheio de excelentes ensinamentos.
Um abraço desde Lisboa !