segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Cinema.

Sem pensar e sem querer,
há muito tempo,
à hora da matiné.

Era preciso espreitar
para lá do muro,
sabiam?

Havia um muro.

Um muro que não servia
para nada.

Um muro por desfazer.

É tão tarde agora.

É tão tarde,
sempre.

Víamos os filmes,
sem saber os títulos.

A Romy Schneider,
o Alain Delon...

Depois,
nem tu sabias onde íamos,
ninguém sabia.

Nem tu com o teu sorriso
cúmplice,
o sorriso de miúda.

Ficávamos pelas esplanadas,
quase sem falar,
para quê?

Os teus últimos amigos,
à luz das lâmpadas,
estão tão sós.

E tu,
que os conhecias a todos,
onde estarás?

Não sei porque fiquei
por aqui.

Porque fui eu
que fiquei.

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