Sem pensar e sem querer,
há muito tempo,
à hora da matiné.
Era preciso espreitar
para lá do muro,
sabiam?
Havia um muro.
Um muro que não servia
para nada.
Um muro por desfazer.
É tão tarde agora.
É tão tarde,
sempre.
Víamos os filmes,
sem saber os títulos.
A Romy Schneider,
o Alain Delon...
Depois,
nem tu sabias onde íamos,
ninguém sabia.
Nem tu com o teu sorriso
cúmplice,
o sorriso de miúda.
Ficávamos pelas esplanadas,
quase sem falar,
para quê?
Os teus últimos amigos,
à luz das lâmpadas,
estão tão sós.
E tu,
que os conhecias a todos,
onde estarás?
Não sei porque fiquei
por aqui.
Porque fui eu
que fiquei.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
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