quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Paixão.

Com estrépito, contra as rochas,
a espuma gelada, a espuma
suja.

As ravinas a pique,
sobre a fúria do mar.

Entretidos com as máquinas simples
de furo, em que os prémios são
chocolates,
a electricidade das juke-boxes
e a matiné ao Sábado.

Tanta
ternura.

Nesse tempo,
a noite caía em caramelo,
o rock´n´roll lá longe,
os carros ligeiros estacionados,
chutney de kiwi.

O tom de baunilha dos caracóis
do teu cabelo,
o tecido da china do teu vestido
e o cinto,

a fivela dos sapatos abertos
de salto alto.

Um espada levou-te depois
para perto do mar,
a baía extensa
na noite escura.

Junto à traineira tombada,
um rolo de nylon
sujo de areia,
algas secas
e lixo.

Depois, levaste dias a passear
junto ao molhe.

Sozinha,
em silêncio.

Tão bela
e nenhum filipino,
de passagem,
te viu.

Nenhum malaio
te amou.

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