Rosas rubras,
abertas
ao rumor
da aurora.
Rosas quentes,
caídas no regaço
redondo
da manhã.
Rosas
que o sonho
colheu
para o espanto
da luz.
És tu,
no orvalho
dessas pétalas.
Tu,
a imagem
sanguínea
do seu ramo.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
domingo, 28 de outubro de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
domingo, 21 de outubro de 2012
O Famoso Caderno. Telefonema.
Recebo uma chamada tua
e o Mundo abre-se para mim.
A luz do Sol
começa a iluminar-me a alma.
Fotografia de Darklands.
e o Mundo abre-se para mim.
A luz do Sol
começa a iluminar-me a alma.
Fotografia de Darklands.
O Famoso Caderno. António Ramos Rosa.
E assim o tempo é a distância consumada
em estação serena de lenta liberdade
em que a juventude amadurece voltando ao seu princípio
António Ramos Rosa, in O Princípio da Água, p. 12.
In, António Ramos Rosa, facebook.
em estação serena de lenta liberdade
em que a juventude amadurece voltando ao seu princípio
António Ramos Rosa, in O Princípio da Água, p. 12.
In, António Ramos Rosa, facebook.
sábado, 20 de outubro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
O Famoso Caderno. Noite.
Esta noite pensei tanto em ti.
Esta noite vigiei o sono dos corvos
e o sobrevoo de pequenas corujas,
em volta dos candeeiros, na rua deserta.
As asas aconchegadas do desejo,
nos campanários sombrios
das igrejas, na cidade adormecida.
Esta noite soube que te adorava
e as minhas pálpebras repetiram
o primeiro levantar das águias
sobre as florestas, ao nascer do dia.
Eras tu que te espreguiçavas
nos meus olhos cansados.
Esta noite eu soube que te amava.
Esta noite vigiei o sono dos corvos
e o sobrevoo de pequenas corujas,
em volta dos candeeiros, na rua deserta.
As asas aconchegadas do desejo,
nos campanários sombrios
das igrejas, na cidade adormecida.
Esta noite soube que te adorava
e as minhas pálpebras repetiram
o primeiro levantar das águias
sobre as florestas, ao nascer do dia.
Eras tu que te espreguiçavas
nos meus olhos cansados.
Esta noite eu soube que te amava.
sábado, 13 de outubro de 2012
O Famoso Caderno. Simbolismo.
É por saber que vives agora num mar revolto, como o Mar Cantábrico, vencendo as vagas alterosas que se abatem sobre a tua frágil jangada, os olhos abertos para a tempestade que cai sobre o teu país e os braços movendo-se fortes para que consigas rasgar os dias sombrios, até poderes encontrar ventos suaves e a calmaria que rodeia ilhas de sonho em arquipélagos de paz,
é por saber que podes ainda sobreviver aos titãs e outros monstros marinhos, que habitam as grutas cinzentas dessas águas traiçoeiras que nenhuma ave sobrevoa e,
com o teu exemplo,
podes acalmar a vida turbulenta de quem, na distância, tem os olhos postos em ti, algures nesta terra amaldiçoada que tanto amas,
é por saber ser eminente o naufrágio da balsa leve no rodopio da água,
que eu saio para a rua, entro no automóvel e atravesso a auto-estrada em grande velocidade, numa viagem de horas, sem rumo aparente.
Eu quero voar nas asas do teu nome.
Eu quero que o céu azul seja o teu rosto.
Eu quero que o meu país seja o teu sorriso mais bonito.
E tu a debateres-te, em fúria, contra a noite escura e a tormenta em que todos vivemos.
Acelero ainda mais e vou em linha recta,
eu quero mergulhar na humidade dos teus olhos, quero descobrir o paraíso nos teus olhos,
na pupila doce dos teus olhos.
Um dia,
eu sei que um dia te vou encontrar de novo por aqui.
é por saber que podes ainda sobreviver aos titãs e outros monstros marinhos, que habitam as grutas cinzentas dessas águas traiçoeiras que nenhuma ave sobrevoa e,
com o teu exemplo,
podes acalmar a vida turbulenta de quem, na distância, tem os olhos postos em ti, algures nesta terra amaldiçoada que tanto amas,
é por saber ser eminente o naufrágio da balsa leve no rodopio da água,
que eu saio para a rua, entro no automóvel e atravesso a auto-estrada em grande velocidade, numa viagem de horas, sem rumo aparente.
Eu quero voar nas asas do teu nome.
Eu quero que o céu azul seja o teu rosto.
Eu quero que o meu país seja o teu sorriso mais bonito.
E tu a debateres-te, em fúria, contra a noite escura e a tormenta em que todos vivemos.
Acelero ainda mais e vou em linha recta,
eu quero mergulhar na humidade dos teus olhos, quero descobrir o paraíso nos teus olhos,
na pupila doce dos teus olhos.
Um dia,
eu sei que um dia te vou encontrar de novo por aqui.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
O Famoso Caderno. Fotografia.
Penso, penso no mar e na areia branca, tenho uma fotografia bonita que os mostra, depois vês, estás tu sentada, como eu agora.
Uma fotografia prende o tempo, não mostra que ficas triste, como eu fico, sabes,
por olhar o mar.
Mas, como tu também, deixo correr as horas,
vê-se, sabes,
vê-se pela ondulação da água quando vem,
tão serena depois, namorar a areia, onde estou e tu estás,
sentados só, só sentados, a pensar e a ver
o mar.
Estou eu
e tu também
e isso inspira-me.
Que tu estejas a olhar o mar e eu, assim quieto,
a olhar para ti,
agora.
Tenho uma fotografia,
sabes?
Uma fotografia prende o tempo, não mostra que ficas triste, como eu fico, sabes,
por olhar o mar.
Mas, como tu também, deixo correr as horas,
vê-se, sabes,
vê-se pela ondulação da água quando vem,
tão serena depois, namorar a areia, onde estou e tu estás,
sentados só, só sentados, a pensar e a ver
o mar.
Estou eu
e tu também
e isso inspira-me.
Que tu estejas a olhar o mar e eu, assim quieto,
a olhar para ti,
agora.
Tenho uma fotografia,
sabes?
terça-feira, 9 de outubro de 2012
O Famoso Caderno. Fado Vadio.
Dizes também palavras infelizes
que tornam feio o teu rosto
e sujam as telas que pintas
por teimosia, para te afirmares.
Encostas-te a fatos-de-macaco
e regurgitas vinho tinto
aos berros, em esgares
de miséria e sofrimento.
Chegam mais automóveis
e os pneus chiam como cordas
de guitarras frágeis, de fado vadio.
Pintas mais quadros com óleos
de motor e lubrificantes e já
os levas em exposição
para bares de bairro, onde se
juntam muitos lá da oficina.
Não se calam toda a noite
as vozes ordinárias que
te admiram os pés e a curva
deformada da sola das sandálias.
E cantam, madrugada fora,
sujeiras, blasfémias e elogios
e riem gargalhadas sonoras
feitas de carrascão e lascivia barata.
Até os quadros descaem
com tanta desordem.
que tornam feio o teu rosto
e sujam as telas que pintas
por teimosia, para te afirmares.
Encostas-te a fatos-de-macaco
e regurgitas vinho tinto
aos berros, em esgares
de miséria e sofrimento.
Chegam mais automóveis
e os pneus chiam como cordas
de guitarras frágeis, de fado vadio.
Pintas mais quadros com óleos
de motor e lubrificantes e já
os levas em exposição
para bares de bairro, onde se
juntam muitos lá da oficina.
Não se calam toda a noite
as vozes ordinárias que
te admiram os pés e a curva
deformada da sola das sandálias.
E cantam, madrugada fora,
sujeiras, blasfémias e elogios
e riem gargalhadas sonoras
feitas de carrascão e lascivia barata.
Até os quadros descaem
com tanta desordem.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
O Famoso Caderno. Manhã.
Amei-te com texturas de nascente
e rendas de espuma.
Um vulcão aceso a respirar
na tua face.
Amei-te com força,
mas sem fúria,
fiz pétalas de rosa
na tua pele salgada.
Vejo hoje a areia molhada
que a vazante libertou,
a praia deserta,
o céu limpo.
O ar sedento
da tua ausência.
E esqueço o teu nome,
por já não ser só teu.
Deixo-o perdido na noite,
quando de novo se faz manhã.
e rendas de espuma.
Um vulcão aceso a respirar
na tua face.
Amei-te com força,
mas sem fúria,
fiz pétalas de rosa
na tua pele salgada.
Vejo hoje a areia molhada
que a vazante libertou,
a praia deserta,
o céu limpo.
O ar sedento
da tua ausência.
E esqueço o teu nome,
por já não ser só teu.
Deixo-o perdido na noite,
quando de novo se faz manhã.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
O Famoso Caderno. Tu Deixaste A Praia Ao Entardecer...
Fotografia: Na praia da Nazaré em 1955, por © Henri Cartier-Bresson (22 de Agosto de 1908 - 3 de Agosto de 2004). in, Quem Lê Sophia de Mello Breyner Andresen.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
O Famoso Caderno. O Meu Abraço Beija-te.
Deixa-me abraçar-te agora,
enquanto sorris
e os teus olhos revelam
tanta inocência.
O ar que respiras
e me envolve
é a água
que preciso
para viver.
Deixa-me flutuar
nos teus olhos
de menina.
E abraçar-te.
enquanto sorris
e os teus olhos revelam
tanta inocência.
O ar que respiras
e me envolve
é a água
que preciso
para viver.
Deixa-me flutuar
nos teus olhos
de menina.
E abraçar-te.
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