sábado, 23 de abril de 2011

Não Ser, de D. H. Lawrence.

As estrelas que se fecham e abrem
Caem na superfície do meu peito
Como estrelas num charco.

O vento suave a soprar fresco
Lança pequenas cristas uma a uma
De ondas sobre o meu peito.

E as ervas escuras sob os meus pés
Parecem flutuar em mim
Como ervas num riacho.

Oh ! como é bom
Ser essas coisas todas
Já não ser eu.

É que, vê bem,
De mim sinto o cansaço.


D.H.Lawrence, Gencianas Bávaras E Outros Poemas, Versão de João Almeida Flor, Regra do Jogo, Lisboa, 1983, p.37.

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