sábado, 17 de julho de 2010

Por Um Fio 2.

" Nós, poetas, só escrevemos disparates. "
Manuel de Freitas.

O Tempo que eu perdi...
Resíduos de secura,
a alucinação da Morte.

Mas não posso voltar atrás,
mesmo sabendo que é no passado
que a Vida está.

Uma gaveta tua por abrir,
as molduras que murcharam
como as pétalas
num jarro esquecido...

Todo este Mundo que ainda é teu
a encher-se de pó.

Algures, numa floresta densa,
ouvem-se os gritos dum veado
que agoniza.

Só esse sacrifício
me redime da dor.

Depois,
cai o silêncio
e a escuridão da noite.

Exausto e imóvel,
deixo de pensar.

Mas não consigo dormir.


Manuel de Freitas, Jukebox 1 & 2, Teatro de Vila Real, Vila Real, Outubro de 2009, p.37.

4 comentários:

  1. OLÁ!
    Poeta, Ferreira Lopes.
    "Entre o passado,
    onde estão nossas recordações,
    entre o futuro,onde estão nossas
    esperanças,venho agradeçer.
    Com um coração de criança, te digo: nunca cresças!
    continue fazendo versos em meu ser...

    CARLA FABIANE

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  2. Muito obrigado pelo seu comentário. Ouço agora mesmo crianças a brincar na rua. Para elas o tempo é só o "já", o "agora". Que felicidade, não é? Abraço grande

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  3. Linda poesia. Bravo !
    Obrigada por me oferecer esse espaço maravilhoso de reflexão.
    Estou sem computador, dependendo de lanhouse. Todas as vezes que puder, estarei por aqui sim.
    Eu tenho outro blog, onde conto histórias do meu país. Quando puder, dê uma olhadinha. tenho certeza de que também irá gostar do FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER...
    Um forte abraço.
    Saudações Educacionais !

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  4. Olá, como está? Com todo o gosto, sim, seguirei o seu blogue. Desde Lisboa, um abraço grande.

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