quarta-feira, 15 de junho de 2011

Desânimo 2.

Finjo de noite, enquanto janto,
ter a voz rouca, de um deus grego,
que faz medo, que atemoriza,
que tudo escurece, como num mito.

Mas de nada me serviu.

Que importa o que sei.

Deixo arder um cigarro todo inteiro.

De nada me serviu
imaginar-me
tão grande e tão mau.

Nem as cordas, as fitas,
as insígnias e ornamentos,
o lacre e o cuspe.

O rodado de um carro
abrindo sulcos profundos
na lama do Tempo.

Uma montanha lunar.

E a própria Lua,
muito cheia.

Está tudo tão longe
deste nonsense.

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