Finjo de noite, enquanto janto,
ter a voz rouca, de um deus grego,
que faz medo, que atemoriza,
que tudo escurece, como num mito.
Mas de nada me serviu.
Que importa o que sei.
Deixo arder um cigarro todo inteiro.
De nada me serviu
imaginar-me
tão grande e tão mau.
Nem as cordas, as fitas,
as insígnias e ornamentos,
o lacre e o cuspe.
O rodado de um carro
abrindo sulcos profundos
na lama do Tempo.
Uma montanha lunar.
E a própria Lua,
muito cheia.
Está tudo tão longe
deste nonsense.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
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