Trouxe estas pedras das dunas.
E a chapada de água,
quanto mais revolta no mar,
mais bela.
E fria.
Trouxe a água na boca,
na boca salgada.
Trouxe as dunas
nestas pedras
minúsculas.
E o mar,
trouxe o mar
nos lábios.
Quando atravessei
a marginal,
suspensa nas arribas altas,
entrevi a cinza do Sol
e trouxe as arribas
e a cinza também.
Cheguei a casa
e já era noite,
noite densa e fresca.
E trouxe a noite
para dentro de casa
uma vez mais.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Desânimo 2.
Finjo de noite, enquanto janto,
ter a voz rouca, de um deus grego,
que faz medo, que atemoriza,
que tudo escurece, como num mito.
Mas de nada me serviu.
Que importa o que sei.
Deixo arder um cigarro todo inteiro.
De nada me serviu
imaginar-me
tão grande e tão mau.
Nem as cordas, as fitas,
as insígnias e ornamentos,
o lacre e o cuspe.
O rodado de um carro
abrindo sulcos profundos
na lama do Tempo.
Uma montanha lunar.
E a própria Lua,
muito cheia.
Está tudo tão longe
deste nonsense.
ter a voz rouca, de um deus grego,
que faz medo, que atemoriza,
que tudo escurece, como num mito.
Mas de nada me serviu.
Que importa o que sei.
Deixo arder um cigarro todo inteiro.
De nada me serviu
imaginar-me
tão grande e tão mau.
Nem as cordas, as fitas,
as insígnias e ornamentos,
o lacre e o cuspe.
O rodado de um carro
abrindo sulcos profundos
na lama do Tempo.
Uma montanha lunar.
E a própria Lua,
muito cheia.
Está tudo tão longe
deste nonsense.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Fernando Pessoa, Poesias inéditas, 1930-1935.
5 de Abril de 1935
O amor é que é essencial.
O sexo é só um acidente.
Pode ser igual
Ou diferente.
O homem não é um animal :
É uma carne inteligente,
Embora às vezes doente.
Edições Ática, Lisboa, Março de 1955, p. 192.
O amor é que é essencial.
O sexo é só um acidente.
Pode ser igual
Ou diferente.
O homem não é um animal :
É uma carne inteligente,
Embora às vezes doente.
Edições Ática, Lisboa, Março de 1955, p. 192.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
E. Vila-Matas, Dublinesca, Contemporánea DEBOLSILLO, p.127.
" Nadie conoce esa gran confusión suya entre la literatura y Deneuve. (...) Asocia, desde tiempos ya casi inmemoriales, a Deneuve con la literatura misma. "
domingo, 5 de junho de 2011
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