domingo, 20 de dezembro de 2009

O Entardecer. ( Para a L. P. )

Acendo o fogo na areia,
as chamas desenham
o contorno sensual
de um corpo nu.

Tu estás reclinada
num sofá de palha,
o vestido leve,
o azul marinho das
missangas das sandálias
e a pele hidratada
com suavidade
em tons de água e ouro.

Descubro nas pequenas labaredas
um aroma antigo de crustáceos
grelhados e de moluscos secos.

Um ardor masculino
aquece-me a alma
e sobe do fundo dos tempos
para me oferecer
o mais puro amor.

Tu, dormitando,
não dás por nada
e o lume crepita
em línguas finas,
vagarosas.

Sem comentários:

Enviar um comentário